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Mostrando postagens de dezembro, 2016

NA PISCINA

               O dia ainda amanhecia Eu nadava Braçadas cadenciadas A água azul me levava Para castelos submersos Também azuis Ninguém à vista O que me agradava  Fujo dos barulhos Como falamos alto, Crianças, adultos e velhos Nadei muito, Ia e voltava Voltava e ia Lembrava de Ferreira Gullar Por que se foi, poeta? Podia ter ficado mais um pouco Depois de algum tempo Onde tristezas e saudades Se diluíram na cadência do exercício Saí, sereia, quase Esther Williams Para um pouco de sol Olhei em volta Que paz, Não sabemos dar valor ao silêncio Oxalá um dia chegue Em que nossa educação Se mostre no tom de nossas vozes Deixei-me ficar O sol acariciava minha pele E eu pressentia a chuva que viria Foi chegar em casa E do céu caíram lágrimas pesadas Época natalina Os mortos sentem saudade E choram por nós.

A MORTE DA VELHA ÁRVORE

Não sei o seu nome Era tão linda com suas flores laranjas Ficava numa curva da estrada E quando as pétalas caíam O tapete que se formava Parecia pintura de mestre francês. Me disseram que um dia ia cair Era velha e merecia o descanso Cansada de estar sempre em pé O tempo chuvoso Raios e trovoadas cruzando o céu A velha árvore achou por bem Deixar-se levar Hoje ao passar por ela A vi no chão Cercada das bromélias que lhe enfeitavam o tronco Fiquei triste e me consolei Também eu já velha e cansada Um dia me vou. Peguei as bromélias e as trouxe pra casa Vão enfeitar troncos mais novos Até que um dia esses troncos Se cansem também E se deixem levar