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Mostrando postagens de 2009

POEMA PARA REX

Manon, ma petite, se foi e Chèrie, ma belle, também duas princesas branquinhas donas de tronos cativos no meu coração No entanto num domingo chuvoso quando a tarde se despedia e a lua no céu aparecia que ele, negro e garboso com estrelas esparsas no seu pelo brilhante me achou eu o encontrei e chamei-o de Rei Rex é o seu nome do meu amigo o mais fiel do meu amigo o mais amado

A CASA

 Era uma casa sem memória. Totalmente vazia e triste. Abandonada há décadas, estava desfigurada, com infiltrações em todos os cômodos, paredes desbotadas e manchadas, portas quebradas e o reboco do teto despencando. Eu conhecia a casa. Afastada das demais, sempre me chamou a atenção pela sua localização: no alto de uma ladeira íngreme, no final da rua. Poucas pessoas se aventuravam a ir até lá. A subida afastava qualquer pretensão. Diziam que era assombrada. Houve um tempo em que ela foi habitada, porém pouco víamos seus ocupantes. Saiam e entravam num grande carro preto. Gente de posse. O portão da frente, de madeira e imponente, abria e fechava por controle remoto, e a murada que a cercava era muito alta. Viviam totalmente isolados. Várias estórias surgiram por conta dessa curiosidade. Inventava-se muito, mas a verdade é que não sabíamos nada sobre aquela família. Foi numa tarde quente de outono que vimos pela primeira vez, o portão ser aberto para dar lugar a um caminhão de mudanç

18 DE JULHO

Nasci no dia 18 de julho meu espírito que vagava e passeava pelas nuvens decidiu que naquele dia iria renascer escolheu o lar a cidade o país o casal e desse dia iluminado nasceu nasci passadas tantas infâncias quentes verões alegres adolescências e sensuais primaveras a maturidade me pegou de surpresa e quando vi já era outono com chuvas desaguando no meu jardim mas mesmo assim ainda me emociono no dia 18 de julho com meus sonhos de menina e com saudades de mim

O MOURO

Usa brincos, pequenas argolas de ouro fino. O cabelo negro, denso, está sempre amarrado em rabo-de-cavalo. Traz a origem mediterrânea na pele, nos olhos, amendoados, de cílios enormes, e no nariz, semita. Os lábios são finos e o maxilar quadrado confere-lhe uma beleza viril, impressionante. Uma cicatriz enorme vaza-lhe a face esquerda. Profunda. Mexe-se com leveza e seus passos são silenciosos, assustando as pessoas ao se depararem com ele, como se surgido do nada. Às costas carrega uma mochila enorme onde guarda suas mercadorias. Mascate por profissão, mas artista na alma, confecciona jóias de pedra e marfim além de comprar tecido e essências de uma região para vender em outra. De sua vida pessoal ninguém sabe. Aparece na vila de mês em mês, e com sua voz rouca vai apregoando pelas ruas o que traz para vender. As mulheres são sempre as primeiras a correr, nem sempre pelos tecidos, bijuterias ou perfumes, mas sim para vê-lo, chegar bem perto, sentir o seu cheiro de homem, de animal. El