Usa brincos, pequenas argolas de ouro fino. O cabelo negro, denso, está sempre amarrado em rabo-de-cavalo. Traz a origem mediterrânea na pele, nos olhos, amendoados, de cílios enormes, e no nariz, semita. Os lábios são finos e o maxilar quadrado confere-lhe uma beleza viril, impressionante. Uma cicatriz enorme vaza-lhe a face esquerda. Profunda. Mexe-se com leveza e seus passos são silenciosos, assustando as pessoas ao se depararem com ele, como se surgido do nada. Às costas carrega uma mochila enorme onde guarda suas mercadorias. Mascate por profissão, mas artista na alma, confecciona jóias de pedra e marfim além de comprar tecido e essências de uma região para vender em outra. De sua vida pessoal ninguém sabe. Aparece na vila de mês em mês, e com sua voz rouca vai apregoando pelas ruas o que traz para vender. As mulheres são sempre as primeiras a correr, nem sempre pelos tecidos, bijuterias ou perfumes, mas sim para vê-lo, chegar bem perto, sentir o seu cheiro de homem, de animal. El