SERVIÇO PÚBLICO
trabalho? não há o que fazer? invento agito as mãos faço cara de concentrada fecho os ouvidos nos corredores nas salas nos banheiros ruído, barulho, peidos, arrotos telefones tocando risadas obscenas conversas inúteis intermináveis visitas de amigos parentes camelôs a casa-da-mãe-joana creche verdadeira feira popular hienas vestidas travestidas de gente mostram os dentes tudo em ondas, nervosas, gulosas engolindo o náufrago, inerte, semi-entorpecido barnabé embriagado sentado à mesa de trabalho finjidor órfão do serviço público retrato em preto & branco o tal sem padrinho que morrerá pagão esquecido na seção