Postagens

Mostrando postagens de junho, 2013

MANHÃ NA SERRA

                Acabara de sair do chuveiro, quando os cachorros começaram a latir furiosamente. Enrolou-se no roupão e saiu, apreensiva, pela porta da cozinha. Olhou para todos os lados e não viu nada que pudesse ter provocado latidos tão fortes. A casa ficava afastada, sozinha, no meio de muitas árvores. Era difícil vê-la da estrada, por isso mantinha dois pastores adestrados para alguma eventualidade. Ajustou o roupão no corpo, estava nua, dando um laço com cuidado, deixando-o justo e cintado e, de repente, fazendo esse pequeno movimento tão banal, se sentiu sexy. Desejou que houvesse alguém ali para desatar o laço, e como num filme, a levasse para a cama para uns minutos de sexo selvagem. Não havia ninguém há muito tempo.             Voltou para dentro da casa, o frio convidada para uma bebida quente. Acendeu o fogo para um café. Preparou a mesa para o ligeiro lanche. Torradas, manteiga e mel. Aquietaria o estômago até a hora do almoço. O telefone tocou, era engano.

Á DERIVA

Imagem
À DERIVA Sento no banquinho tosco no meu jardim  Meus dois cachorros brincam entre si Não penso Hoje estou cansada Carrego nos ombros centenas de anos Olho pra eles Tão felizes Tão novos Brotando para a vida. Nada os preocupa Têm carinho, comida e abrigo E uma dona que os ama Não precisam de mais Sinto-me útil Sou parte desse trio Mergulho nesse minuto atemporal E jogo pra cima o lixo do dia a dia