MANHÃ NA SERRA
Acabara
de sair do chuveiro, quando os cachorros começaram a latir furiosamente.
Enrolou-se no roupão e saiu, apreensiva, pela porta da cozinha. Olhou para
todos os lados e não viu nada que pudesse ter provocado latidos tão fortes. A
casa ficava afastada, sozinha, no meio de muitas árvores. Era difícil vê-la da
estrada, por isso mantinha dois pastores adestrados para alguma eventualidade.
Ajustou o roupão no corpo, estava nua, dando um laço com cuidado, deixando-o
justo e cintado e, de repente, fazendo esse pequeno movimento tão banal, se
sentiu sexy. Desejou que houvesse alguém ali para desatar o laço, e como num
filme, a levasse para a cama para uns minutos de sexo selvagem. Não havia
ninguém há muito tempo.
Voltou para dentro da casa, o frio
convidada para uma bebida quente. Acendeu o fogo para um café. Preparou a mesa
para o ligeiro lanche. Torradas, manteiga e mel. Aquietaria o estômago até a
hora do almoço. O telefone tocou, era engano.
Comentários
Postar um comentário