Postagens

Mostrando postagens de 2022

FIM DE UMA ERA, UM CORDEL À LA MARIA ALICE

Foi-se o homem el capitán na frente da banda Um Dois Três Quatro que meio que escamoteado também fez das suas peraltices Reza a lenda que a mulher é piedosa se ajoelha em qualquer lugar e ora para o altíssimo "livrem-se do mal porque nós estamos salvos" e dito isso lá foram todos no aconchego de um pássaro potente que cruzou mares e montanhas e aportou em terras trumpianas Dizem as mais línguas que a justiça só é cega quando quer e agora em tempo de espera aguarda a volta da turma quem sabe de pernas e braços abertos Enquanto isso uma nova era se inicia e vamos todos embolados na esperança que dias melhores virão.

CHOVE CHUVA, CHOVE SEM PARAR

  dia sim, dia não a chuvinha rega a terra e também o meu coração tão seco nesses dias tão cinzas. a passarinha com seu canto diário parou de solfejar suas notas encantavam o dia ora regido pelos pingos da chuva ela se esconde eu também. meus cachorros preferem o seco ao molhado,  tão sábios, dia sim, dia não a chuvinha rega a terra e o meu coração.

NOVOS ARES

  Nos livramos da carranca diária de um homem sentado no trono de um Palácio outrora habitado por pessoas mais normais O ar ficou mais leve as pessoas se sentem melhores não escutam mais descalabros diários grosserias ou infâmias espera-se um equilíbrio moral e pátrio o país de novo emergindo de águas turvas e fedentinas sim, há esperança, há alegria que esse começo marque a identidade deste novo governo estamos todos torcendo.

PAUSA

O vento acaricia as folhas da árvore os galhos delgados lhe acompanham o movimento são três as meninas dançantes que tal e qual aos galhos  se movem como as palavras num poema escritas pelo poeta num momento de inspiração seus corpos são troncos delgados não se vê seios ou nádegas são lisos, espantosamente lisos andróginos, infantis seus membros ganham em beleza são braços etéreos, folhas vibrantes são pernas, galhos elegantes delineados e fortes que as levam para lá e para cá e as fazem voar movimentos precisos e belos a harmonia plena é a morada eterna desses seres dançantes tão belos o poeta vê a cena e a eterniza no poema

BIRA, UM MENINO BRASILEIRO

Bira tem 10 anos, filho de pai analfabeto, e mãe semianalfabeta. Com as escolas fechadas durante o ápice do Coronavirus, o pouco que havia aprendido na escola, e mal, foi para o ralo. Voltou à escola esse ano, o ano da graça (eu diria, miséria) de 2022, e o retrocesso pelo qual ele passou, a educação pública e o próprio país, estão registrados nessa figura em formação, um menino sem, sem. Sem preparo, sem futuro, sem nada. Duvido que a escola pública, a qual frequenta, possa fazer alguma coisa por ele. E muito menos seus pais, que não têm a mínima noção da importância do estudo. Seu empoderamento está no uso do celular. Passa horas, deitado ou sentado, com o aparelho na mão. Olho para Bira e imagino quantos mais nessa situação. Não se precisa ser vidente, para visualizar um futuro zero. Sem profissão, sem meios dignos para sobreviver, comer e viver. Vai ficar sempre na periferia. Seus pais não têm a mínima noção do país em que vivem. São trabalhadores, honram seus empregos, são h

Morreu o Jô não, ele jamais morrerá está vivo na memória da cultura brasileira almas tristes, corações  partidos lágrimas escancaradas, ou furtivas o povo rende homenagens a um dos seus artistas maiores participamos juntos do adeus o dia hoje  está cinzento assim também é como me sinto cumpro as tarefas domésticas estou viva, preciso celebrar na linha de frente daqui a pouco sou eu Viva JÔ, Viva o Gordo saudades daqui  a pouco a gente se vê.

O BANHO DO PASSARINHO

da janela ela o viu tão pequeno o passarinho chegou devagar sentiu o ar e jogou-se nas folhas da bromélia deliciou-se na água acumulada nos cantos das planta saiu, espanejou-se e voltou a voar ela sabia que outros viriam por isso sempre aguava suas plantas sua contribuição à natureza tão exuberante ao redor.  

JAZZ

Primeiro os metais os clarinetes vibrando o som inundou minha alma tão sombria nesses últimos dias também ela vibrou com os metais depois, um a um outros instrumentos juntaram-se  e a banda completa tocou Duke, Coltrane, Davis, Jobim e tantos mais os ídolos da minha vida Por alguns minutos fui tocada pela magia da música o lado sombrio deu lugar a luz a felicidade de poder ouvir esses sons tão divinos e divagar pelo espaço sem preço.  

TROCANDO AS BOLAS

acordei animada tomei café,  e me preparei para a aula on line tudo hoje é virtual até o sexo, sinal dos tempos entrei no zoom e esperei... ninguém estranhei liguei pra Sílvia o que aconteceu? ela riu, hoje é domingo domingo? ri também será que pirei?  sim, troquei as bolas hoje é domingo a aula é amanhã