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Mostrando postagens de junho, 2010

DOMINGO DE SOL

Estavam os dois tomando coco e olhando o horizonte na sua frente. A manhã estava radiosa e a vista das montanhas com o mar brilhando pelos raios do sol faziam aquela manhã parecer mais bela. Ela olhou para o lado, mas precisamente para a mão esquerda dele. Não viu o que esperava ver, um anel que denotasse compromisso. Disfarçadamente olhou em volta dele, o livro em cima do jornal, ao chão, causou-lhe boa impressão. Continuou olhando o horizonte e sorvendo o coco gelado, delicioso. Alguns segundos em fingida meditação, falou. - Que vista mais linda, né? - É verdade. Imediatamente, entabularam um papo sobre natureza, a delicia do coco gelado, e ela curiosa perguntou o que lia. Era um livro de uma monja e foi o gancho que precisavam para entrar nos assuntos esotéricos, de agrado dos dois. Trocaram telefones e ficaram de se encontrar. O namoro surgiu devagar, e quando se deram conta estavam apaixonados. Surgiu uma pequena tensão quando ele quis que ela conhecesse a sua famíli

A MASSAGEM

Os dedos percorreram o corpo exposto ali, em cima da mesa, nu, embora a alma estivesse completamente vestida. As mãos do massagista, competentes e macias, deslizavam sobre tronco, quadris e membros, inferiores e superiores. Sem pressa eles foram encontrando os pontos nevrálgicos que faziam padecer aquele corpo flechado por dores incômodas. O silêncio profundo pairava sobre a sala, na penumbra. Nenhum inseto voador se atrevia a quebrar a monotonia pesada daquele ritual. As mãos continuavam o seu trabalho e o corpo se permitia ao desfrute. Dedos invasores penetravam em grutas sombrias, talvez a procura de alguma luz, mas a tarefa se revelava difícil, ali não era permitido qualquer delírio desbravador. O corpo mantinha-se em cima da mesa esticado, tenso no seu pudor, tal qual corda de violino prestes a arrebentar. Um acorde mais afoito colocaria a melodia em risco, e cabia ao maestro não permitir tal descalabro. Os dedos continuaram seu caminho, escrevendo uma música silenciosa apenas