A MÁQUINA DE TIRAR RETRATOS

Ajudada por meu pai, descia do bonde e atravessa o jardim público da Cinelândia, aquele que tem uma fonte de Mestre Valentim, na sua entrada. Atravessávamos o jardim e seguíamos em linha reta até o Automóvel Clube, prédio ao lado da Escola de Música, onde eu tinha aulas de balé.

O jardim era lindo e sem grades. Pessoas sentadas nos bancos liam jornal. O verde luxuriante e a paz do jardim me deixavam feliz. Meu pai me chamava a atenção para os pássaros e para as árvores. Incutia-me o amor à natureza.
E ele estava sempre lá. O homem com sua máquina de retrato, em cima de um tripé. Era uma caixa pequena e ele se escondia atrás de um pano preto para tirar fotos. E havia fila.
Eu gostava das aulas de balé, embora o meu corpo e pernas não ajudassem. A professora fazia cara feia apesar do meu esforço.
Depois da aula, vinha o melhor. Uma água mineral gasosa, bem gostosa e a volta para casa.




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