A PERNA DE LAURINDA
O dia estava esplendoroso. Na piscina do clube, cinco amigas, montadas nos seus “macarrões”, trocavam receitas, falavam dos netos, dos filhos e da plástica daquela vizinha nojenta e arrogante, que estava mais jovem do que a filha de 35.
Laurinda ouvia todas as conversas, ria mais do que falava, porque a contratura ciática no seu lado direito estava tirando-a do sério.
Num movimento pensado e quase que corriqueiro, pegou o seu tornozelo direito e com a mão do mesmo lado puxou a perna para cima. Exagerou na força e para seu espanto e desespero a perna saiu de seu corpo e flutuou na frente do grupo e de quem estava na piscina. Cena surreal com Laurinda aos berros, “quero a minha perna de volta”, outra dizendo, “de onde saiu essa perna”, um auê inusitado para um dia tão esplendoroso.
Foi quando Laurinda acordou e logo pôs a mão para se certificar que sua perna direita estava no lugar. Estava, assim como a maldita contratura ciática pronta para atazanar.
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