THE BRAZILIANIST
Ela
o via todos os dias na estante. O autor era um brazilianist famoso, sempre
muito requisitado para opinar sobre o país. Ela lia as entrevistas, e
fantasiava com ele: será bonito, casado? Tempos idos, sem internet, não havia
como saber. Sim, havia a foto dele na orelha do livro. Sem photohsop mostrava
um homem claro, de óculos, nada de mais.
O
susto foi grande quando o viu adentrar na biblioteca onde trabalhava. Ele se
apresentou, esticou-lhe a mão que ela apertou com o coração na boca, ele sorriu
educado e foi ler alguns jornais. O homem era feio, feio não, horroroso, mas ela relevou, era um sujeito
importante, um nome respeitado e seus livros faziam parte do acerco da
biblioteca.
Por
esses mistérios da vida, sem haver paquera, olhares cruzados ou suspiros de
tesão, ele esperou-a sair, convidou-a para um café e horas mais tarde estavam
fazendo um sexo morno na cama dela. Assim
mesmo, extremamente pragmático, tipo sobremesa. Ela não se entusiasmou,
achou que ele também não, a coisa ficou melhor depois de fumarem um baseado.
Santo baseado.
No
dia seguinte, a glória: olhava para o livro e sorria de prazer sabendo que
tinha dormido com o autor. Para ela um feito incalculável.
Comentários
Postar um comentário