RASTROS DE SANGUE




inverno
manhã de verão
uma suave aragem
convidava ao lazer

cabelos ao vento
e muita disposição
eu caminhava
leve
como o dia
azul

num olhar distraído
olho pro chão
vejo pegadas
       de sangue

começo de frio
o vento mais forte
tremo de medo
passos e pegadas
se confundem
sem  fim
curvei-me ao peso da angústia
e fui pensando
cinza
queria achar o cão ferido
numa esquina o encontrei

e o dia virou noite

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